segunda-feira, 23 de maio de 2011

Desenvolvimento da Zona Noroeste

Pessoal,

O Bruno e eu, pensamos em postar outras coisas no blog, não só apenas sobre o empreendimento em si. Então, aos poucos a partir de hoje, irei postar curiosidades e informações sobre a Zona Noroeste, tais como: inicio da Zona Noroeste, origem dos nomes dos bairros, pontos turísticos, comércios na região e etc.
Quem tiver sugestões também, é só falar aqui no blog ou me mandar um e-mail prizinha_reis@hotmail.com 



DESENVOLVIMENTO DA ZONA NOROESTE
Rivaldo Santos
Da Reportagem

A OCUPAÇÃO da Zona Noroeste começou ainda na década de 20. 
Desde então, o desenvolvimento é visível

No começo, a Zona Noroeste era um imenso manguezal, cortado por rios que invadiam as casas em dias de chuva ou maré alta. Não havia água, luz ou qualquer sinal de infra-estrutura. Tudo era precário, a começar pelas moradias, pequenos chalés fincados em terrenos aterrados, onde passavam riachos com fartura de peixes.
Os primeiros moradores podem ser chamados de desbravadores, tamanho o número de adversidades que tiveram que enfrentar. A paisagem era bem diferente da atual. Nas extensas faixas de mangue, alagadiços e terras arenosas, os bananais dominavam, espalhando-se em uma exuberante vegetação tropical.
Em uma natureza ainda selvagem, do início do século passado, a fauna local era um recanto de animais silvestres, como veados e gambás. Os mais antigos juram de pés juntos que jacarés e onças apareciam por lá.
Exageros ou não, a história da ZN é recheada de relatos curiosos e de declarações de amor por uma região que não pára de crescer. Apesar das inúmeras dificuldades, que ainda persistem, como o eterno problema de enchentes, é difícil encontrar quem pensa em mudar de bairro.
De bonde - A história da Zona Noroeste começou, de fato, na década de 20, com a implantação da linha de bondes da Companhia City. Na época, os burros puxavam os carros. Mais tarde, os animais foram "aposentados" com a introdução do sistema elétrico.
O povoamento incipiente ocupou uma área conhecida como "atrás dos morros", em referência aos morros que cercam a região. Para chegar ao inóspito lugarejo, o bonde saída do Largo do Rosário (atual Praça Rui Barbosa) até o Matadouro Municipal (atual Centro Educacional e Esportivo do Sesi, na Avenida Nossa Senhora de Fátima).
A linha passava pelo Bairro Chinês (atual Valongo, na Avenida São Leopoldo) e Saboó (Cemitério da Filosofia), sempre contornando os morros. Só mais tarde, os trilhos da chamada "Linha 1" chegaram a São Vicente, pela Avenida Antônio Emerich.
Como os trilhos se limitavam às avenidas principais, o acesso aos atuais bairros Jardim Santa Maria, Jardim Bom Retiro, Jardim Rádio Clube, entre outros, tinha que ser feito a pé. Em dias de fortes chuvas, o barco era o meio de transporte mais apropriado.
Boi na rua - O povoamento da região se intensificou na década de 50, quando muitos nordestinos vieram trabalhar no pólo industrial de Cubatão, que estava se formando com a construção da Cosipa. Sem escolaridade e qualificação profissional, os migrantes tinham no cais santista um promissor mercado de trabalho.
Entre tantas curiosidades sobre a região, o Matadouro Municipal é o que melhor retrata os primeiros conflitos do cenário bucólico com o progresso.
O prédio era o principal estabelecimento do povoado. O gado chegava de trem, em vagões da São Paulo Railway (SPR), que mais tarde foi incorporada à Rede Ferroviária Federal. Por um desvio na atual Rua Bóris Kauffmann, no Saboó, onde havia um entreposto, os bois seguiam para o local de abate, posteriormente arrendado pela Prefeitura na década de 60.

Primeiras instalações do Matadouro, na Avenida Nossa Senhora de Fátima, 366, na Zona Noroeste de Santos, ainda sem o prédio principal, por volta de 1915 (a inauguração ocorreu em 1916)

Durante o transporte, feito por ruas e avenidas, alguns animais desgarrravam da manada, indo se abrigar em residências. De laços em mãos, como cowboys americanos, os funcionários disparavam a cavalo para laçar os bois fujões. O trânsito também se complicava quando um dos animais se desembestava no trânsito.
Dez anos depois, o matadouro foi desativado, mas o nome até hoje identifica o local. O fim da era "boi na rua" marcou o início da explosão demográfica na região. Foi nessa época que houve a desativação dos bondes e a remoção dos trilhos para a duplicação da Avenida Nossa Senhora de Fátima, via que se transformou em principal corredor de ônibus.
Ironicamente, a primeira grande obra na Zona Noroeste "beneficiou" apenas os que já não moravam mais lá. Foi o Cemitério da Areia Branca, inaugurado em 1953, pelo então prefeito Antônio Ezequiel Feliciano. 

                         O alargamento da Avenida Nossa Senhora de Fátima foi um indício do rápido crescimento

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